quarta-feira, 18 de julho de 2007

Eskimo com músicas novas e shows a caminho

Em outro post deste blog eu já falava do Eskimo, projeto do baixista Patrick Laplan, que acompanha, entre vários outros, a mega banda Biquíni Cavadão.

Com a participação da banda supracitada no Piauí Pop, consegui uma entrevista com Patrick, que falou de músicas novas, integrantes novos, banda imaginária e shows.

“Já são quatro músicas novas e duas delas têm nomes: Cavalo de Fogo e Dama de Honra”, contou ele, do backstage do evento. “E as músicas novas continuam a linha das músicas antigas?”, pergunto. Com uma cara de quem não se sente muito à vontade para falar sobre aquilo, ele responde. “Não, cara, são bem diferentes, embora os elementos das outras músicas ainda estejam lá. Mas para essas novas músicas, imagina que a Björk programa o baixo e o John Frusciante toca a guitarra”.

Depois de refletir um pouco sobre o que seria essa loucura, já que os baixos e baterias são matutados na cabeça de Laplan, pergunto sobre os vocais [após a saída Henrique Zumpichiatti, a banda abrira espaço para testes]. “Um civil”, responde, simplesmente.

Com o novo vocalista, Patrick conta que foi necessário reaprender as músicas. “Foram feitas algumas críticas positivas sobre os vocais e estamos mudando os tons das músicas antigas para ajustar isso”, explica. E as músicas novas? Vão parar no site da banda ou num novo EP [o primeiro, homônimo, foi lançado em 2006 com quatro músicas]? “Não, acho que dessa vez não. Com essas a gente parte pros shows”. “Chegam a São Paulo?”, arrisco eu. “Acho nossas músicas muito mais São Paulo do que Rio”, encerra o artista carioca. E fim de papo.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Pela viola caipira

Humberto Gessinger é um personagem da música popular brasileira que desenvolveu ao redor de si, tendo sua vontade ou não, um mito de intratável, com a imprensa principalmente. Na platéia, quem o adora, o glorifica. Os que não o suportam, pedem uma morte rápida e indolor.

Não se sabe por que motivo, conjuntura astrológica ou momento de epifania, mas a exclusiva concedida por Gessinger logo após o show de sábado [07.07] no Piauí Pop foi um exemplo de gentileza e cordialidade. Sem o paletó com que havia feito o show, vestindo uma camisa preta, sorriso largo, bigode acinzentado, duas garrafas de Möet Chadon fechadas em cima da mesa, Humberto primeiro posou para fotos, sentado, mas logo se levantou para olhar os quatro repórteres no olho.

Assim que ele se levantou, fiz a primeira pergunta. “Na época do lançamento do acústico MTV você se mostrou encantado com os instrumentos acústicos e declarou que se pudesse usaria só esses instrumentos daqui para frente. O show de hoje foi um meio termo entre o acústico e o elétrico. Essa é a sua pretensão agora em diante?”

Ele inclinou o olhar para cima, como se refletisse, e rapidamente retornou com a resposta. “No futuro eu não me vejo tocando mais baixo nem guitarra. Quero me aprofundar nos instrumentos acústicos, estou tocando uma viola caipira, estou feliz com o trabalho que a gente está fazendo agora”. Complemento a pergunta comparando o acústico MTV com o primeiro trabalho nesse perfil que a banda fez, o ótimo Filmes de Guerra Canções de Amor, ainda com a formação original. Ele entra na viagem. “Nesse trabalho com a MTV eu quis fazer um contraponto ao Filmes de Guerra Canções de Amor. Esse é um disco que tem não tem um compromisso, uma rigidez. Isso é que o deixa bonito. O MTV tem um formato a ser usado. Eu diria que o Filmes é mais emocional e o MTV é mais cerebral”.

Mais uma vez, lanço um pombo sem asa. “O Engenheiros do Hawaii já teve uma dança com essa coisa do acústico com o [esqueço o primeiro nome do disco] ... coração”. Humberto sorri e complementa: “Simples de Coração”. Isso!, digo eu. Outra vez ele compra a idéia. “É verdade, já fizemos uma coisa assim mesmo, mas acho que hoje nós estamos mais crus, mais acústicos, mais humanos. As músicas novas estão mais simples. Cada vez penso menos em grandes mudanças, penso apenas na canção e não mais em conceitos. Digamos que a o Simples de Coração seria uma foto colorida e essa nova fase seja uma foto em preto e branco”, exemplifica.
“Mamãe, mamãe, quando eu crescer eu quero ser o Jorge Mautner”

Vestidos cada um com uma camisa que mostrava o rosto de outro integrante da banda, os meninos do Validuaté chegaram na noite de sábado [07.07] ao Piauí Pop “vestindo a camisa da banda, apostando na música autoral, que é o que nos leva além das boates, o que ajuda a construir uma cena aqui em Teresina”, defendeu José Quaresma, vocalista.

A princípio, o rapaz alto e compenetrado mas de feições delicadas pode parecer despreparado para falar de tudo isso, mas de onde viria o preparo senão da tentativa? “As novas bandas estão muito preocupadas com isso, em compor músicas próprias, em mostrar seu material. Nada contra quem faz cover, mas é preciso manifestar o que você é”, explica ele.

Natural de União, cidade do interior norte no Piauí, Quaresma montou o embrião da Validuaté por lá, firmando o trabalho do grupo em Teresina. Desde de 2005, Thiago Pereira [cavaco/pandeiro], John Well [bateria], Vazin [guitarra], Júnior Caixão [guitarra] e Wagner Costa [baixo] trabalham junto com Quaresma na composição de músicas próprias.

Conquistas e planos

E nessa batalha, eles já conquistaram uma apresentação no festival Piauí Sampa, organizado pelo Sebrae, além de um show no Circuito Banco do Brasil em 2006. Ainda no primeiro semestre desse ano, o grupo participou de uma seletiva organizada pelo portal SolCultura, em parceira com o festival Piauí Pop e foi aclamada pelo público como a banda revelação de 2007. A banda conquistou, assim, o direito de participar festival, a sua consagração em quantidade de público.

Mas nada parece deslumbrar o grupo. Com o show programado e ensaiado para durar 40 minutos, um problema técnico no palco principal do Piauí Pop fez com que a sua apresentação fosse esticada. “Na verdade, a gente tinha ensaiado para 30 minutos, mas com umas coisas extras que dava 40 minutos”, ri Quaresma.

2006 parece ter sido o ano das grandes conquista da banda. Além de todos os shows que o grupo organizou, o lançamento do primeiro EP do grupo marcou ainda mais o ano passado. Mas como quem fica parado é poste, para 2007 os planos já são mais ambiciosos. “Estamos finalizando a gravação do nosso primeiro disco, que vai ser uma evolução desse contato com o público. Nós estamos fazendo um disco com as músicas que o nosso público gosta de ouvir”. O que poderia gerar uma compreensão errônea do distraído leitor é rapidamente frisado pelo vocalista. “Não que ali tenham músicas que a banda não gosta, na verdade é uma coincidência que as músicas que ali estão são as que a gente mais gosta”.

Mas a banda não pára por aí. Com o lançamento desse disco, de forma totalmente independente, vai ser a vez de fazer uso do apoio que o grupo conseguiu da Lei A. Tito Filho. “Nossa intenção é gravar mais um disco depois que lançarmos esse”. O primeiro filhote já tem nome: “Pelos Pátios Partidos em Festa”.

Quando perguntado sobre o futuro distante da banda, Quaresma é bem taxativo. “Não vemos necessidade de ir para São Paulo ou Rio de Janeiro logo de cara. É preciso desmistificar essa idéia de que as coisas só acontecem por lá. Aqui no próprio Nordeste nós temos uma cena que se sustenta, que está aqui perto e que nós pretendemos visitar e conhecer antes de ir para Rio ou São Paulo.

Língua afiada

Durante o show no Piauí Pop, a banda aproveitou para mandar diversos recados ao público. Pediu a valorização da música local, reclamou do cachê oferecido pelo festival aos grupos locais e do trabalho da OMB com irreverência. “Mamãe, mamãe, por que a gente tem que desconfiar da OMB?”, perguntou Thiago Pereira a certa altura do show. Quaresma, mesmo sem querer, responde. “Quem pediu para a OMB fiscalizar a atividade dos músicos?”

sábado, 7 de julho de 2007

Calooo! Calooo! Calooo!!!

Para ver...


Calo na Orelha no Flickr


Atualizações da noite de ontem e de hoje vêm mais tarde, à medida que os shows forem acontecendo e que a sala de assessoria fique possível.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Roque Moreira desacelera, mas não perde o pique

“O andamento das músicas diminuiu, né, Hulk?”
“É rapaz, é verdade...”

Após um show matador no palco Torquato Neto, Daniel Hulk, vocalista do Conjunto Roque Moreira, estampando no peito o personagem a quem deve a alcunha, suado e falando sem parar com os outros componentes da banda, pediu pra sentar antes de começar a entrevista.

“Senta aí, rapaz... Bom, mas era como eu tava te dizendo. A banda, com seis anos de estrada, vai mudando um pouco, evoluindo...”

Como exemplo disso, Hulk, que intercalava um trago num cigarro Free e um gole numa cerveja Skol, conta das influências dentro da própria banda. “No início, os nossos percussionistas vinham do pagode, foi disso que a gente tirou o nosso lado dançante”.

Com a saída do cavaquinista Madão, e a entrada do guitarrista Márcio Bigly, a banda ganhou “mais volume”. “Essa coisa das músicas terem ficado mais lentas é justamente por essa mudança, já que o cavaquinho dá uma quebra maior nas músicas”, explica Daniel. Além dessa mudança, a participação do Dj Morcego no palco dá o que Hulk chama de “cheiro de vinil”. “A gente gosta dessa coisa, lembra as transmissões da antiga Pioneira”.

Morando em São Paulo desde maio de 2006, a banda já lançou um clipe de Lee Van Cleef feito por lá e já tem show agendados na cidade para agosto.

Confira do som do Conjunto Roque Moreira em Conjunto Roque Moreira.
Fotos! Fotos! Fotos!

Álbum oficial Calo na Orelha no Piauí Pop

Acessem e divulguem!
Natiruts busca caminho independente

A banda de reggae Natiruts, vinda de Brasília e surgida no cenário musical brasileiro em 1998, fez seu primeiro show em terras mafrenses no Piauí Pop, nessa sexta-feira, 06.07.

Formada por Alexandre Carlo [guitarra/voz], Luís Mauricio [baixo/vocal], Juninho [bateria], remanescentes da formação original do grupo, o grupo conta também com Mônica Agena [guitarra solo], Bruno Wambier [teclados], Denny Conceição [percussão], Carol Martinez [backing vocal] e Kauina Benetti [backing vocal].

Em entrevista coletiva concedida antes do show no palco Torquato Neto, Alexandre, Luís Maurício e Juninho falaram da carreira e influências da banda, mas principalmente dos caminhos tomados pela banda depois da saída do grupo da EMI, em 2003.

“Esse ano, lançamos um CD e um DVD independentes [“Natiruts Reggae Power”], pelo nosso selo, e acreditamos que esse seja o caminho para o mercado fonográfico”, explicou Luís Maurício.

Outra possibilidade para fugir das majors, segundo Alexandre, é a internet, meio que ele considera importantíssimo para a divulgação de novos artistas. “Mesmo sendo um meio ainda restrito, ajuda bastante”.

Mesmo contra a pirataria, o grupo acredita que esse é uma forma de “nivelar por cima o acesso” às suas músicas. “Se o cara consegue conhecer a nossa música comprando um cd de R$ 5, eu acho isso ótimo. É difícil falar de contravenção no caso da pirataria se as pessoas que deveriam lutar contra ela estão na nossa cidade e começam isso por eles mesmos”, disparou Alexandre.

Durante o show a banda apresentou clássicos que os lançaram ao grande público, como “Beija-Flor” e “Deixa o menino jogar”. O último disco de estúdio da banda, Nossa Missão, de 2005, também esteve presente no repertório.
Calo na Orelha direto do PIAUÍ POP

Durante todos os três dias do Piauí Pop, o blog Calo na Orelha vai trazer resenhas de shows, entrevistas e fotos do festival.

As atualizações serão constantes e durante toda a noite.

Fique sempre com o dedo perto ali do F5 e confira as últimas notícias do Piauí Pop aqui no Calo na Orelha.