terça-feira, 10 de julho de 2007

Pela viola caipira

Humberto Gessinger é um personagem da música popular brasileira que desenvolveu ao redor de si, tendo sua vontade ou não, um mito de intratável, com a imprensa principalmente. Na platéia, quem o adora, o glorifica. Os que não o suportam, pedem uma morte rápida e indolor.

Não se sabe por que motivo, conjuntura astrológica ou momento de epifania, mas a exclusiva concedida por Gessinger logo após o show de sábado [07.07] no Piauí Pop foi um exemplo de gentileza e cordialidade. Sem o paletó com que havia feito o show, vestindo uma camisa preta, sorriso largo, bigode acinzentado, duas garrafas de Möet Chadon fechadas em cima da mesa, Humberto primeiro posou para fotos, sentado, mas logo se levantou para olhar os quatro repórteres no olho.

Assim que ele se levantou, fiz a primeira pergunta. “Na época do lançamento do acústico MTV você se mostrou encantado com os instrumentos acústicos e declarou que se pudesse usaria só esses instrumentos daqui para frente. O show de hoje foi um meio termo entre o acústico e o elétrico. Essa é a sua pretensão agora em diante?”

Ele inclinou o olhar para cima, como se refletisse, e rapidamente retornou com a resposta. “No futuro eu não me vejo tocando mais baixo nem guitarra. Quero me aprofundar nos instrumentos acústicos, estou tocando uma viola caipira, estou feliz com o trabalho que a gente está fazendo agora”. Complemento a pergunta comparando o acústico MTV com o primeiro trabalho nesse perfil que a banda fez, o ótimo Filmes de Guerra Canções de Amor, ainda com a formação original. Ele entra na viagem. “Nesse trabalho com a MTV eu quis fazer um contraponto ao Filmes de Guerra Canções de Amor. Esse é um disco que tem não tem um compromisso, uma rigidez. Isso é que o deixa bonito. O MTV tem um formato a ser usado. Eu diria que o Filmes é mais emocional e o MTV é mais cerebral”.

Mais uma vez, lanço um pombo sem asa. “O Engenheiros do Hawaii já teve uma dança com essa coisa do acústico com o [esqueço o primeiro nome do disco] ... coração”. Humberto sorri e complementa: “Simples de Coração”. Isso!, digo eu. Outra vez ele compra a idéia. “É verdade, já fizemos uma coisa assim mesmo, mas acho que hoje nós estamos mais crus, mais acústicos, mais humanos. As músicas novas estão mais simples. Cada vez penso menos em grandes mudanças, penso apenas na canção e não mais em conceitos. Digamos que a o Simples de Coração seria uma foto colorida e essa nova fase seja uma foto em preto e branco”, exemplifica.

6 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Meu deus, que mo�o mais simp�tico.
Muito mesmo, quero ser amigo dele.
haha

Boa entrevista
;)

19 de julho de 2007 às 08:26  
Anonymous Anônimo disse...

que exemplo de músico para as novas gerações que já nascem com gravadora, roadie, empresário e sabendo como compor e tocar para agradar a todos... como se isso fosse o mais importante em se fazer música!!!

abs. Hildo A. de Souza
Itajaí-SC

23 de julho de 2007 às 12:54  
Blogger Lucy, disse...

KKKKKKKKKKKKKK
desentrosa edson!
meninon,me apresenta o bofe :D

3 de agosto de 2007 às 18:41  
Blogger Unknown disse...

pois é,
'novos horizontes' já é mais uma versão do lado "acústico" dos enghaw.

Se não tivessemos falando do Rei das Enternidades da semana diria que o próximos seguirão essa linha.
Mas, é melhor esperar.

Ótima Entrevista!
[abraços]

31 de agosto de 2007 às 13:10  
Blogger RAFAEL GESSINGER disse...

ENGENHEIROS DO HAWAII NÃO É SÓ UMA BANDA.É MUITO MAIS QUE ISSO ,É UMA FILOSOFIA DE VIDA QUE MOSTRA MUITO DO QUE EU SINTO E DO QUE EU QUERO PRA MIM.ESSE SHOW DO PIAUI POP FOI MEMORÁVEL. HUMBERTO GESSINGER É DECLARADAMENTE O MEU ÍDOLO.RAFAEL VIEIRA.

22 de fevereiro de 2008 às 13:10  
Anonymous Anônimo disse...

Quem pode compreender a mente de Humberto Gessinger(o Poeta)??ele é fabuloso e gênio..quando menos se espera ele vem com algo surprendente..so lamento quem nao gosta dele..Engenheiros do hawaii sao pra pessoas inteligentes...

18 de novembro de 2008 às 22:51  

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