Da série: álbuns que carrego no MP3 Player.
[ou da sub-série: álbuns que eu daria um dedo pra ter feito]
Não é mentira, de jeito nenhum que não é. Ainda lembro quando peguei emprestado um bag de cds do guitarrista da minha banda e lá pelo meio tinha um disco do Lobão, o "Canções Dentro da Noite Escura", de 2005. Foi ouvir uma vez e nunca mais deixar de lado. Não, eu não ligo para o Acústico MTV que o artista lançou esse ano. Pode estar lindo, bacana, uma doçura. Mas o capeta mesmo está nesse disco aqui.
Lançado junto da revista do músico, a Outracoisa [essa história toda, Lobão deixa as gravadores, abre revista, vende discos na banca, se dá bem... você conhece, né?], o "Canções Dentro da Noite Escura" tem um peso, uma sonoridade e uma eficiência de provocar espasmos. Feita pelas mãos de Lobão, Carlos Trilha e Fernando Morello [também produtores do disco], e Pedro Garcia [ex-Planet Hemp], a bolachinha tem um encanto próprio e inegável.
Deus meu, que disco... que disco!!! Treze músicas bem arranjadas, bem produzidas, bem fodas!!!
Sim, eu deixei minha parcialidade de lado, por favor, entenda... Quando um disco abre com uma música chamada “Pra sempre essa noite”, que costura os melhores versos de poesia visual numa voz rasgada, mas calma, angustiante, e também libertadora, você não pode fazer nada a não ser se render...
Com uma guitarra abusada para ser também um violão de bossa, num arremedo de calmaria, com uma acelerada programação eletrônica, o álbum abre com um perfume incrivelmente inebriante. Como será a próxima porrada?
Não há nem descanso, minha gente, não há nem mesmo aquela pausa de 2 segundos para recuperar o fôlego. Com tudo emendado, o disco segue para “Seda”, letra de Cazuza que Lobão adaptou. Um blues poderoso, esperto, embora lento, mastigado, de arranjo impecável e letra embriagada e linda. Alguém me faça parar de elogiar esse disco, por favor...
Desgraça boa vem mesmo quando abre “Boa Noite, Ciderela”, feita em homenagem à Cássia Eller. Mais uma vez um jogo de palavras poderoso [cara, o Lobão deve ter melado a cueca fazendo esse disco...], e o melhor verso do disco [e da música popular brasileira durante um boníssimo tempo] está nesse meio: “O terror agora é uma carroça tirando chinfra de carruagem”. Blues apocalíptico [note como a bateria com efeito providencia a certeza de que o mundo vai acabar logo depois dessa música].
O segundo melhor verso da música popular brasileira durante um boníssimo tempo vem na música seguinte, “O homem-bomba (basta! É o caralho!)”: “E a calmaria na madrugada sibila doce feito o vôo da granada”! Caramba, numa música com temática explicitamente dedicada à guerra, mas com uma conotação possível de desbancar pro lado do conflito amoroso, não é possível ficar calado.
Todas as outras músicas do disco intercalam beleza, poesia, peso, urgência, blues, música eletrônica, rock, confidências à meia voz, ou gritadas, berradas, eu só não consigo falar mais delas. Eu juro que tentei, mas esse álbum é uma experiência única. Ouça e tire suas conclusões.
[ou da sub-série: álbuns que eu daria um dedo pra ter feito]
Não é mentira, de jeito nenhum que não é. Ainda lembro quando peguei emprestado um bag de cds do guitarrista da minha banda e lá pelo meio tinha um disco do Lobão, o "Canções Dentro da Noite Escura", de 2005. Foi ouvir uma vez e nunca mais deixar de lado. Não, eu não ligo para o Acústico MTV que o artista lançou esse ano. Pode estar lindo, bacana, uma doçura. Mas o capeta mesmo está nesse disco aqui.
Lançado junto da revista do músico, a Outracoisa [essa história toda, Lobão deixa as gravadores, abre revista, vende discos na banca, se dá bem... você conhece, né?], o "Canções Dentro da Noite Escura" tem um peso, uma sonoridade e uma eficiência de provocar espasmos. Feita pelas mãos de Lobão, Carlos Trilha e Fernando Morello [também produtores do disco], e Pedro Garcia [ex-Planet Hemp], a bolachinha tem um encanto próprio e inegável.
Deus meu, que disco... que disco!!! Treze músicas bem arranjadas, bem produzidas, bem fodas!!!
Sim, eu deixei minha parcialidade de lado, por favor, entenda... Quando um disco abre com uma música chamada “Pra sempre essa noite”, que costura os melhores versos de poesia visual numa voz rasgada, mas calma, angustiante, e também libertadora, você não pode fazer nada a não ser se render...
Com uma guitarra abusada para ser também um violão de bossa, num arremedo de calmaria, com uma acelerada programação eletrônica, o álbum abre com um perfume incrivelmente inebriante. Como será a próxima porrada?
Não há nem descanso, minha gente, não há nem mesmo aquela pausa de 2 segundos para recuperar o fôlego. Com tudo emendado, o disco segue para “Seda”, letra de Cazuza que Lobão adaptou. Um blues poderoso, esperto, embora lento, mastigado, de arranjo impecável e letra embriagada e linda. Alguém me faça parar de elogiar esse disco, por favor...
Desgraça boa vem mesmo quando abre “Boa Noite, Ciderela”, feita em homenagem à Cássia Eller. Mais uma vez um jogo de palavras poderoso [cara, o Lobão deve ter melado a cueca fazendo esse disco...], e o melhor verso do disco [e da música popular brasileira durante um boníssimo tempo] está nesse meio: “O terror agora é uma carroça tirando chinfra de carruagem”. Blues apocalíptico [note como a bateria com efeito providencia a certeza de que o mundo vai acabar logo depois dessa música].
O segundo melhor verso da música popular brasileira durante um boníssimo tempo vem na música seguinte, “O homem-bomba (basta! É o caralho!)”: “E a calmaria na madrugada sibila doce feito o vôo da granada”! Caramba, numa música com temática explicitamente dedicada à guerra, mas com uma conotação possível de desbancar pro lado do conflito amoroso, não é possível ficar calado.
Todas as outras músicas do disco intercalam beleza, poesia, peso, urgência, blues, música eletrônica, rock, confidências à meia voz, ou gritadas, berradas, eu só não consigo falar mais delas. Eu juro que tentei, mas esse álbum é uma experiência única. Ouça e tire suas conclusões.
8 Comentários:
eu não gosto de lobão.
não não.
só uma ou outra música.
quase nada.
e agora que tou sem ouvir música, nem tem como puxar... :/
irei atras, irei atras.... =P
;*
aproveitando o comentário do Ennio...eu tbm irei!
Eu gosto desse doido.
;]
a cara do meu irmão... A VIDA É DOCE tbm é oteeeeeeemo... abraço
sam drade
Eu e Ana estamos juntas e braçadas e como gosto dela ainda dou um beijo. =)
Mas nada contra Lobão pessoa, como diría um amiga. auhuhauhauhauh
E pare de perder dedos please!
Beyjoo
Caralho legal. Fiquei "superafim, superafim, superafim"...
Mas coloquei no emule aqui e num tem. Sabe onde arranjar?
Texto bacana. Vou ler o restante.
abrax
Esse blog está virando a minha enciclopédia musical...Pedro, o Lobão é foda mesmo!
beijos
Jansen, sinceramente surpreendi-me
ao ler seus textos. Achei muita qualidade e estilo neles que seguram a gente até o final da leitura. Duca.
Parabéns pra você e pra mim que me senti felizarda por ter te conhecido e poder ter acesso ao blog...sempre gostei de música, sou mãe de músicos e tb por causa deles ouço e gosto de muita coisa (bacaníssimo)...
Então, a propósito desse post, quero dizer que sempre achei o Lobão cacetal e esse álbum foi mesmo deslumbrante e nada do que v escreveu foi demais. Concordei de alto a baixo.
Gostei. Continuarei visitando e divulgando o calonaorelha. Além de você, também tem os textos do Jader que também estão muito bons, eim!...
beijo aí
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial