quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Sem fantasia, nem alegoria.
Por Jader Pires


melancolia
me.lan.co.li.a
sf (gr melagkholía) 1 Psicose maníaco-depressiva. 2 Estado de humor caracterizado por uma tristeza vaga e persistente. 3 pop O mesmo que vitiligem.
Elvis Perkins é um músico norte-americano de 31 anos e um homem melancólico. Não, claro que não posso afirmar isso, pois nunca tive sua companhia e muito menos convivência. Mas posso afirmar que seu trabalho de estréia lançado em fevereiro deste ano e intitulado Ash Wednesday é um álbum melancólico. Ruim? – Claro que não! Melancolia nunca é um defeito quando se trata de música e esse artista soube usar muito bem a sua, ou simplesmente “a” melancolia.

Numa primeira vista mais desapercebida, seu nome remete ao rei Elvis Presley, mas o sobrenome incomoda e, quando se pára pra pensar (ou pra pesquisar, nos caso dos curiosos mais desavisados) chegamos ao resultado óbvio e simples. Elvis é filho do ator Anthony Perkins, conhecido principalmente por seu papel marcante na pele do assassino Norman Bates, do filme Psicose (obra-prima do diretor Alfred Hitchcock – 1960). Anthony faleceu em 1992, decorrente de complicações causadas por AIDS, quando Elvis tinha dezessete anos. Sua mãe, a fotografa Berry Berenson, faleceu no dia 11 de setembro de 2001, quando estava a bordo de um dos aviões seqüestrados que se chocaram contra o World Trade Center.



Perfeito. Já temos uma das facetas do rapaz de topetão bagunçado e vestuário estilo “vovô”, típico dos indies mais tranqüilos, mais folk. O que nos falta agora? - desvendar as emoções e sensações dessa quarta-feira de cinzas (em tradução livre).

A quaresma se inicia com a canção While You Were Sleeping, em que violão e voz conduzem suavemente a melodia que vai crescendo e se definindo com a entrada de bateria, rabecão e trompete, tornando-se uma música grandiosamente simples, com uma sutileza adorável.

E essa é a bandeira do álbum, permeado de letras tristonhas como em All The Night Without Love, May Day! e It’s A Sad World AfterAll, mas isso não quer dizer que seja um álbum para se ouvir durante uma tentativa de suicídio ou em épocas de namoros mal resolvidos. Não senhor, pode guardar a corda ou os objetos cortantes.


Os arranjos de Ash Wednesday são tranqüilos e tão gostosos de ouvir que chega a bater uma sensação de esperança. Além do violão folk, encontramos violinos e instrumentos diversos de teclas que atenuam o clima carregado. As vozes são melancólicas, mas bem estruturadas ao espírito da obra que termina com a bela mensagem de Good Friday, embalada por um piano e uma voz feminina cheia de paz.

As impressões são diversas no decorrer do contato com esse novo artista que tem uma pitada de Nick Drake e Johnny Cash, mas com espírito próprio e vivências profundas. É pegar esse compilado de canções acústicas, achar o clima certo e se aprofundar em sentimentos abstratos.

6 Comentários:

Blogger J. disse...

boníssima dica num comentário charmoso.

ganhou um aumento! :P

4 de outubro de 2007 às 00:15  
Anonymous Anônimo disse...

Ótimooooooooooo...
CD perfeito para qualquer hora...
Músicos muito bons...
Mas o q quis dizer com vivências profundas???

Beijos

4 de outubro de 2007 às 00:16  
Anonymous Anônimo disse...

Perfeito Jader.
Puxarei o album agora mesmo.
Obrigado.

4 de outubro de 2007 às 00:27  
Blogger Unknown disse...

suas palavras conseguem nos transportar pra um ambiente onde se pode ouvir claramente a musica..



beijo!

4 de outubro de 2007 às 00:40  
Blogger andrea mello disse...

êba! =]
ah, e adorei a dica do post anterior. pena que no my space as músicas sempre parecem menores...

4 de outubro de 2007 às 11:50  
Blogger andrea mello disse...

êba! =]
ah, e adorei a dica do post anterior. pena que no my space as músicas sempre parecem menores...

4 de outubro de 2007 às 11:50  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial