quinta-feira, 4 de setembro de 2008

(des) Repetindo
Por Jader Pires


A capa do novo álbum do Weezer parece a de um velho álbum do Weezer. O prazer de não dar nomes aos seus trabalhos se repete neste carinhosamente apelidado “Red Album”. O sexto disco da banda é chamado de Weezer e também tem os quatro integrantes em poses que evitam pose para a foto, assim como os outros “Weezers” (Blue Album e Green Album, 1994 e 2001 respectivamente), mas com um fundo vermelho exagerado. Parece coisa de criança, mas a direção é outra.

A banda parece ainda manter uma adolescência de melodias despretensiosas, mas ganhou consistência não soando mais tão bobinha. Assim como os coloridos anteriores marcaram quebra de paradigmas, esse outro álbum sem nome e ilustrado de um rubro berrante volta a entortar os caminhos do quarteto californiano, desta vez com um som mais encorpado e composições menos neuróticas de Rivers Cuomo, que cria um paradoxo de se importar menos pra se importar mais.





Troublemaker, Pork And Beans e Dreamin’ são as únicas canções que lembram mais aquele velho Weezer quase infantil e sem permissão pra dirigir, com suas distorções marcantes e letras que reclamam as cobranças dos mais velhos e responsáveis (Pork And Beans, aliás, foi concebida após uma cobrança da gravadora da banda por um novo hit depois dos “fracassos” dos dois álbuns anteriores). Mas são canções mais coesas que os antigos materiais dessa banda jovem que acaba de ficar mais velha, naquela fase em que não se é mais criança, mas tampouco se tornou adulto.

The Greatest Man That Ever Lived é uma ode irônica e desvairada em atos muito bem alternados entre a calmaria, a loucura, a certeza e o desespero, tanto nas melodias quanto na letra. O que vem depois é a maturidade de não se preocupar tanto em agradar e aproveitar o ensejo para experimentar.



Rivers Cuomo, ex-rebelde mimado que largou a carreira por um tempo para, vejam só, terminar a faculdade em Harvard (muita rebeldia prum nerd só), aprendeu a dividir as composições com os outros integrantes da banda. Cedeu espaço para o baterista Pat Wilson assinar e cantar Automatic, enquanto o guitarrista Brian Bell escreve e canta Thought I Knew, uma cançãozinha sobre desculpas e pensamentos equivocados e Scott Shriner canta e assina parceria com Cuomo em Cold Dark Horse, uma das mais diferentes do estilo da banda, assim como o potente rap-rock Everybody Get Dangerous e as poéticas Heart Songs e The Angel And The One, que são muito mais contidas nas distorções do que as outras baladas da banda.




A experiência da maturidade (no caso de Cuomos, um matrimonio e a paternidade) sempre agrega tranqüilidade, mesmo pra fazer um rock’n roll mais bem pensado e variado, o que me lembra um ditado dos mais velhos: “Não é força, meu filho, é jeito”.






Confirme se é a força ou o jeito que permeia o novo do Weezer Aqui!

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

o pior foi que eu achei que a capa do red album foi a que tem a foto mais posada de todas!!!

8 de setembro de 2008 às 08:11  

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