Uma noite linda de morrer (Mombojó)
Ouvi exaustivamente o primeiro disco do Mombojó, o interessantíssimo nadadenovo, de 2004. Antes de ouví-lo, no entanto, fui a um show da banda na minha cidade-natal, Teresina, em 2005. Um show que me rendeu histórias das mais diversas magnitudes, um show que me fez pensar na vida [sério] de diversas maneiras. Até hoje, quando escuto Mombojó, penso naquela noite de sexta-feira, num julho perdido e de clima ameno.
Ou pelo menos pensava. Hoje o Mombojó é muito diferente do que era naquele 2004. A morte de O Rafa, responsável pelas flautas, e a saída de Marcelo Campello, dono dos violões, cavaquinhos e escaletas dos dois primeiros discos da banda, mudou muito [ou seria "demais"?] a cara do grupo que me fascinou naquela noite hoje já tão passado. O que é natural e até esperado. Afinal, já se vão três anos desde o primeiro encontro e cinco do nascimento da banda. Mudar, além de inevitável, era essencial com tantos processos rodeando o Mombojó.

Em junho deste ano fui a um show da banda no Studio SP e pude ver como estava aquele adorado grupo com dois integrantes a menos e com todas as particularidades que isso traz. Mais seco, mais rock, menos samba, com menos detalhes. Foi um show difícil, e ainda assim divertidíssimo.
Mas bem menos divertido que a apresentação que vi no último sábado, 13/09, no mesmo Studio SP. Antecedido pelo fantástico show de China, a invasão pernambucana foi completada quando Felipe S (voz), Samuel (baixo), Vicente Machado (bateria), Marcelo Machado (guitarra) e Chiquinho (teclado e sampler) puseram os pés no palco. Mombojó e China, Cancêr e Você Não Serve Pra Mim, sai China, fica Mombojó.

Misturando músicas do primeiro [e melhor disco, na minha opinião] com músicas do segundo disco e canções inéditas, que devem figurar no álbum a ser lançado em novembro deste ano, não houve razão para não abrir facilmente o sorriso que me foi tão caro no show de junho. Banda afiada, sorriso nos rostos, público acompanhando as canções nota a nota...
É tragicômico pensar que, quando Felipe S abre a boca para professar um "deixe-se acreditar/nada vai te acontecer/tudo pode ser/nada vai acontecer, não tema/esse é o reino da alegria" [de Deixe-se Acreditar], todas as pessoas dentro do Studio SP [me permitam aqui uma generalização descarada] berram com ele a plenos pulmões. Aqui têm-se a faca de dois gumes do homem-artista: "se fossem opções rigorosamente excludentes entre si e você pudesse escolher uma delas, desejaria ser um grande artista ou um cara anonimamente feliz?", como bem escreveu Alexandre Inagaki.
É trágico pensar nisso por que, como homens, estes rapazes vivem sua arte e sofrem por terem nela seu trabalho, mezzo recheado de alegrias, mezzo entremeado de pequenos baques e dramas; e que, como artistas, estes homens apresentam suas vidas/experiências/humores para um público sedento por uma confidência, uma relação próxima. E cômico por que estas elucubrações não fazem o menor sentido quando se vê o Mombojó no palco: todos os pequenos dramas, da vida ou das letras, são substituídos por uma "tremenda anarquia, que vai pintando as ruas de alegria"...
Ouvi exaustivamente o primeiro disco do Mombojó, o interessantíssimo nadadenovo, de 2004. Antes de ouví-lo, no entanto, fui a um show da banda na minha cidade-natal, Teresina, em 2005. Um show que me rendeu histórias das mais diversas magnitudes, um show que me fez pensar na vida [sério] de diversas maneiras. Até hoje, quando escuto Mombojó, penso naquela noite de sexta-feira, num julho perdido e de clima ameno.
Ou pelo menos pensava. Hoje o Mombojó é muito diferente do que era naquele 2004. A morte de O Rafa, responsável pelas flautas, e a saída de Marcelo Campello, dono dos violões, cavaquinhos e escaletas dos dois primeiros discos da banda, mudou muito [ou seria "demais"?] a cara do grupo que me fascinou naquela noite hoje já tão passado. O que é natural e até esperado. Afinal, já se vão três anos desde o primeiro encontro e cinco do nascimento da banda. Mudar, além de inevitável, era essencial com tantos processos rodeando o Mombojó.

Em junho deste ano fui a um show da banda no Studio SP e pude ver como estava aquele adorado grupo com dois integrantes a menos e com todas as particularidades que isso traz. Mais seco, mais rock, menos samba, com menos detalhes. Foi um show difícil, e ainda assim divertidíssimo.
Mas bem menos divertido que a apresentação que vi no último sábado, 13/09, no mesmo Studio SP. Antecedido pelo fantástico show de China, a invasão pernambucana foi completada quando Felipe S (voz), Samuel (baixo), Vicente Machado (bateria), Marcelo Machado (guitarra) e Chiquinho (teclado e sampler) puseram os pés no palco. Mombojó e China, Cancêr e Você Não Serve Pra Mim, sai China, fica Mombojó.

Misturando músicas do primeiro [e melhor disco, na minha opinião] com músicas do segundo disco e canções inéditas, que devem figurar no álbum a ser lançado em novembro deste ano, não houve razão para não abrir facilmente o sorriso que me foi tão caro no show de junho. Banda afiada, sorriso nos rostos, público acompanhando as canções nota a nota...
É tragicômico pensar que, quando Felipe S abre a boca para professar um "deixe-se acreditar/nada vai te acontecer/tudo pode ser/nada vai acontecer, não tema/esse é o reino da alegria" [de Deixe-se Acreditar], todas as pessoas dentro do Studio SP [me permitam aqui uma generalização descarada] berram com ele a plenos pulmões. Aqui têm-se a faca de dois gumes do homem-artista: "se fossem opções rigorosamente excludentes entre si e você pudesse escolher uma delas, desejaria ser um grande artista ou um cara anonimamente feliz?", como bem escreveu Alexandre Inagaki.
É trágico pensar nisso por que, como homens, estes rapazes vivem sua arte e sofrem por terem nela seu trabalho, mezzo recheado de alegrias, mezzo entremeado de pequenos baques e dramas; e que, como artistas, estes homens apresentam suas vidas/experiências/humores para um público sedento por uma confidência, uma relação próxima. E cômico por que estas elucubrações não fazem o menor sentido quando se vê o Mombojó no palco: todos os pequenos dramas, da vida ou das letras, são substituídos por uma "tremenda anarquia, que vai pintando as ruas de alegria"...
(Fotos gentilmente cedidas por Gian Lucca)
3 Comentários:
ain, deu mais vontade de tá aí pra ter ido agora, viu? última vez q eu vi mombojó tem uns 2 anos. =~
=**
e eu, que nunca vi?
:[
Muito bacana sua comparação entre os shows do Mombojó, eu nunca tive oportunidade de assistir ao vivo mas, por suas palavras tive a sensação de ter estado lá!
Poucas pessoas os conhecem, aproveite para divulgar seus posts lá no Post Social (www.postsocial.com.br).
Abçs
Luana
Equipe Post Social
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