segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Dúvidas delicadas, covardia inocente

Da primeira vez que escutei alguma coisa da banda inglesa I Am Kloot, não me interessei de cara. Mentira, não me interessei de jeito algum. Foi mais para matar a curiosidade de saber o que tinha levado um amigo barbado a colocar no e-mail pessoal uma referência direta à banda, esse costume tão pré-adolescente.

Tempos depois, já na era [atrasada, aliás] lastfmeniana, encontrar o I Am Kloot como uma das bandas mais ouvidas em uma semana qualquer por um amigo muito mais suscetível ao pop do que eu [e eu acho isso ótimo, me rende maravilhosas descobertas] levou-me à indagação: “porquê as pessoas escutam o I Am Kloot?”. E não havia aí um preconceito ou acidez disfarçada. Apenas curiosidade mesmo.




Lá fui eu para a mãe de todas as descobertas e entrei em contato imediato, aleatório e profundo com o disco “Gods and Monsters”, considerado por aí o mais fraco da trupe de três. A mim, no entanto, leva fácil o título de ótimo disco, presenteando-me com a enigmática pergunta: ‘se esse é o mais fraco, ter ou não ter medo dos outros discos do grupo?’. Pura retórica, é bom colocar.

A banda é antiga, com o primeiro lançamento em 2001, o Natural History, seguido de um homônimo I Am Kloot [2003] até chegar a este Gods and Monsters [2005]. Depois dele veio um “ao vivo”, o BBC Radio 1 John Peel Sessions [2006], e na seqüência, I Am Koolt Play Moolah Rouge, lançado na surdina em apresentações do grupo e que em 2008 ganha lançamento comercial/convencional.

Formado por John Bramwell (guitarra/vocais), Peter Jobson (baixo) e Andy Hargreaves (bateria), o grupo tem um instrumental responsável e letras que te colocam num humor diferente a cada faixa. Tristeza, desolação, alegria, saudade, sarcasmo, tudo entra no leque de expressões de Bramwell, único compositor do disco. A voz de Bramwell, inclusive, não é expressiva como a de Thom Yorke, ou maleável como a de Matthew Bellamy, mas é pacífica e instigante, é tranqüila e bonita, além de ampliar os exemplos da lenda de que os ingleses nascem afinados. Vai dizer que você nunca tinha pensado nisso?




Os arranjos sutis e impactantes, misturam a amabilidade de um glockenspiel com a covardia de um trompete. Covardia, aliás, é uma palavra recorrente quando se pensa nesse disco. No Direction Home, Gods and Monsters, Over My Shoulder, An Ordinary Girl, The Stars Look Familiar, Strange Without You fazem um “lado A” perfeito e covarde. O “lado B”, coitado, fica delegado ao posto de “um dia passo da sexta música e descubro o que tem por lá”. E valerá a pena, provoco, por que por lá temos as grandes Sand and Glue, Avenue of Hope e Dead Men's Cigarettes.




Ao fim da terceira audição seguida do disco, imagino o leitor parado e pensativo, incomodado com uma dúvida delicada: “porquê eu não ouvi isso antes?”.




este disco está disponível aqui!

6 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

"Foi mais para matar a curiosidade de saber o que tinha levado um amigo barbado a colocar no e-mail pessoal uma referência direta à banda, esse costume tão pré-adolescente."
Brigado pela parte q me toca..
=p
tá escutando tarde mermo vagabundo..

28 de janeiro de 2008 às 17:20  
Blogger Alícia Melo disse...

Eu só lembro do Leo e da Jane com essa banda. =)
=**

28 de janeiro de 2008 às 23:41  
Blogger DarioMesquita disse...

pois eh.
ainda to querendo entender pq tu nao gostou de primeira.

29 de janeiro de 2008 às 00:09  
Anonymous Anônimo disse...

Fiquei curioso agora...

Já escutei um pouco na casa da clarissa. Primeira impressão foi boa.

bjo

29 de janeiro de 2008 às 22:10  
Anonymous Anônimo disse...

Fiquei curioso agora...

Já escutei um pouco na casa da clarissa. Primeira impressão foi boa.

bjo

29 de janeiro de 2008 às 22:10  
Anonymous Anônimo disse...

eu tb nunca tinha ouvido.
mas a minha sensação foi outra.
foi de "eu já ouvi isso antes".
gostei muito de uma música, mas de resto achei apensa bom.
preto que me descupe.

2 de fevereiro de 2008 às 11:49  

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